Capitão Vidal é um monstro. Sim, senhores, um monstro. Mas não
aquele monstro grotesco que eu, você e meu irmão mais velho víamos nos desenhos
animados quando éramos crianças. Capitão Vidal foi um monstro sendo um ser humano,
que nós o conhecíamos desde sempre nessa realidade.
Ele era grosseiro, orgulhoso e oportunista. Destruía os sonhos
dos inocentes que acreditavam em contos de fadas como se fossem refúgios
melancólicos. Ele citava as regras, e se fosse possível, matava o próximo sem
nem um pingo de piedade. Aliás, ele não sabia o que era ter piedade, muito menos
gratidão.
Esse é um tipo de monstro que vemos todos os dias e nós mal percebemos.
Talvez, não seja necessariamente nesta
mesma ordem que eu citei. Mas vemos pessoas destruindo sonhos sem ao menos
termos uma explicação.
Até quando iremos encontrar os capitães vidais por aí?
Um personagem que, por conta da realidade obscura, perdeu o encanto de sonhar e acreditar em contos de
fadas.
Por mais que seja doído descrever a personalidade de Capitão
Vidal, eu não o culpo. Mas não o defendo também.
São dois lados da moeda? Há sempre dois lados da moeda numa
história surreal, meu caro leitor.
Apesar dos adjetivos sobrecarregados que estão no início deste
texto, o Capitão Vidal não era o personagem principal dessa história. Mas ele
fazia parte da história de uma jovem inocente que idealizava um lugar melhor de viver.
Talvez ele fosse a pior vítima. A vitima que não teve salvação,
que perdera a fantasia de imaginar um universo paralelo.
Se um dia você se esbarrar com um Capitão Vidal, ou se tornar um, transforme-se. Mas se não for possível,
paciência.
Meu dever é contar histórias e transformá-las em
algo que não seja em vão. E por mais que seja dolorosa ou não, e que envolva inúmeros
sentimentos, não deixarei de contar a sua história. Jamais!