Era início de setembro no ano de 2008. Um tiro no escuro, um frio na barriga, um "o que vai ser? O que será?". Não sabiam. Se arriscaram. Não foi fácil. Se entregaram à música, à arte e à vida. Lindos e radiantes. Lá estavam eles se arriscando, se entregando.
Quatro anos na estrada renderam um DVD gravado em Porto Alegre, amigos, sorrisos, alegrias, parcerias. E muita coragem. E muita música.
Foram tantos laços, tantos caminhos percorridos que quando eu li que o Pouca Vogal acabou neste último final de semana, pensei: durou o que tinha que durar. E será infinito.
E aquele tiro no escuro deu certo. Os fãs de ambas bandas aceitaram e reconheceram o talento misto dos gaúchos tri legais.
Tive o prazer de vivenciar dois shows do Pouca Vogal em São Paulo. Graças a menor banda do rock gaúcho pude conhecer as melhores pessoas do universo, as melhores amizades.
Como eu posso agradecer a esses caras que me fizeram tão bem nestes quatro anos? Busco palavras. Mas o carinho domina tudo isso.
O 11 de setembro de 2008 será marcado pela coragem desses homens. Sabe por quê? Porquê não foi fácil. Eles tinham suas bandas, suas vidas, suas rotinas e mais uma vez, se arriscaram aos 46 do segundo tempo.
E os fãs? Aaah, os fãs são os melhores. É a melhor parte desta história, desta trajetória. Nada funcionaria se os fãs não estivessem lá, apoiando. O reconhecimento não bateria na porta destes gaúchos se não fossem os fãs. Eu sou fã. Eu apoiei. E sempre estarei apoiando o Gessinger e o Leindecker, pois, enquanto eles estiverem criando, compondo e cantando independentes, estarei lá para dar um apoio de fã. Não, meu caro leitor, não sou puxa-saco. Afinal, não tenho vocação para isso.
Eu, uma pessoa alto-crítica, que está falando tão bem dessa banda não é algo por acaso. Nada é por acaso.
E o talento? Como eu posso definir o talento do Humberto e do Duca? Talento é dom. Eles têm o dom.
Confesso que esse post é uma despedida aos caras que sabem fazer música. Não sei me despedir porque não gosto de despedidas. Mas se eles estão se despedindo de nós, eles sabem o por quê.
E como será daqui pra frente? Sobre o HG, tantos fãs dizendo que os Engenheiros do Hawaii irão voltar. Não, os EngHaw não vão voltar. Entendam! Sobre o DL, eu daria a metade do meu tudo para saber se a banda Cidadão Quem voltaria. Mas prefiro não me arriscar.
Graças a esse projeto paralelo, pude conhecer melhor a banda Cidadão Quem. Graças a esse projeto paralelo, pude perceber que a vida não gira em volta da mesmice.
Muito obrigada Humberto Gessinger e Duca Leindecker, de verdade! Obrigada por me mostrarem a coragem, a sabedoria e a paciência. Obrigada pelas músicas, pelos shows, pelos amigos, e pela saudade que irei sentir. Ou melhor: já estou sentindo.
Obrigada pelos quatro anos na estrada. Obrigada por vocês terem se arriscado por nós, seus fãs.
Desejo ao HG e ao DL um poço de coisas boas. Independente do que ambos irão fazer, sei que farão o melhor.
Um projeto paralelo que chegou tímido, mas com o passar do tempo conquistou o seu espaço e mostrou a sua credibilidade e confiança.
Obrigada aos componentes que deram espaço a esse projeto. Uma equipe fantástica. Amigos e fãs. São amigos e são fãs.
Paro por aqui antes que o meu café esfrie, mas levarei comigo um sentimento profundo e eterno por esses caras: a admirarão.
Texto: Ellen Rodrigues Visitário
Foto: Bel Gasparotto

A Ellen Visitário nasceu um ano antes da metade dos anos noventa. Agora ela é graduanda - desde o 1º semestre de 2014 - no curso de Jornalismo do Centro Universitário FIAM FAAM em São Paulo. É redatora e moderadora no Blog Rock 80 Brasil, colaboradora no The Backstage Blog, no site Mundo Blá e resenhista no blog Roendo Livros. Atuou como assistente de comunicação na empresa News Prime. Já colaborou com os seus textos no Portal Zona Livre, no Flash Press, no Casas dos Focas; entre outros espaços. Além de gostar de escrever, ela é sensata, ama Literatura e não dispensa um café.